sábado, 29 de janeiro de 2011

Sal

Idéia


Essa imensidão não me trouxe alegria

Não fiquei simpático, nem assisti o lendário pôr-do-sol
O sal me salgou, literalmente
Tranquei-me em mim mesmo, e fiz algo que não fazia à tempos, chorei

Pensei em correr, correr pra longe, durante dias
Mais não tive coragem, estava longe demais
A minha singularidade se tornou evidente em meio ao plural
Plural de pessoas dispersas, felizes, importantes

Os minutos se tornaram horas, as horas dias
E assim sucessivamente, fui me consumindo, sozinho
Tentei fingir sorrisos olhando pro infinito
Sorrir pra quem ?

Dizem que a primeira vez a gente nunca esquece
Não dá, não tem jeito
É como um filme que se assiste várias vezes
Eu decorei as falas, os momentos, os sentimentos


(Bruno Ottenio)



(Esse é um poema de ficção, sem métrica e sem rimas)



Um comentário:

  1. Boa, Bruno!

    "Mundo vasto, vasto mundo/ Se eu me chamasse Raimundo, seria uma rima, não uma solução!"

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